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Síndrome da Imobilidade no paciente acamado. Como a Fisioterapia pode ajudar nessa incapacidade

17/06/2022

A mobilidade pode ser definida como a capacidade de movimentar-se de um lugar para outro com independência, desde transferências de deitado para sentado e para de pé, como caminhar, correr, praticar atividade física, realizar tarefas em domicílio. A perda dessa mobilidade nos idosos vai ocorrendo geralmente de forma gradativa.

A síndrome da imobilidade é definida como um complexo de sinais e sintomas resultantes de supressão dos movimentos articulares, e, por conseguinte, redução da capacidade de mudança de postura. Essa patologia gera um processo contínuo de declínio funcional acompanhado de inúmeras complicações, com alta morbidade e mortalidade com difícil reversão. (Leduc 2006)

Cerca de 20% dos idosos acima de 75 anos têm declínio da mobilidade, e o fato das famílias diminuírem as atividades desses idosos agrava ainda mais a situação. (CUNHA, PIRES & SOBRINHO, 2017).

Sabe-se que a permanência no leito por longos períodos é um fator importante a ser avaliado, pois pode levar a outros danos de natureza física (por exemplo, a úlcera de pressão) e psicossociais (isolamento e depressão). A imobilidade (ou limitações de movimento) pode alterar o estado emocional do indivíduo independente da condição que o levou ao decúbito prolongado. Inicialmente, a imobilidade produz uma redução de capacidade funcional de um órgão e mais tarde afeta órgãos múltiplos e sistemas do corpo (Sistema Cardiovascular, sistema digestório, respiratório, excretor e até o Sistema Nervoso). (REDONDO, 2005)

O desenvolvimento da Síndrome da Imobilidade pode acontecer por vários fatores, dentre eles: amputações, fraturas, doenças relacionadas ao envelhecimento como osteoartroses, distúrbios musculoesqueléticos, contraturas, fraqueza muscular e deformidades osteoarticulares, doenças cardíacas, neurológicas como demências, AVC, AVE, Parkinson, Alzheimer; doenças vasculares como TVP, erisipela, doenças cardiopulmonares como DPOC, insuficiência cardíaca; metástases, desnutrição acompanhado de sarcopenia, diminuição da visão e da audição, incontinência urinária e fecal, fatores psicológicos muitas vezes causados pelo isolamento social, depressão, insegurança, medo de quedas, a falta de estímulo pela família e cuidadores para realizar o mínimo de movimento ativo também é de grande relevância. (PERRACINE; FLÓ, 2009). O resultado de todos esses problemas causaria, perda de equilíbrio, quedas, limitação da marcha, perda da independência, imobilidade no leito instalando a síndrome da imobilidade. Uma vez instalada a síndrome diversos sistemas do corpo serão afetados, como ulceras de pressão, problemas respiratórios, disfagia, pneumonias por aspiração, hipotensão postural, TVP, constipação entre várias outras.

A fisioterapia oferece uma gama de tratamentos cuja finalidade é fazer com que o acometido recupere sua capacidade motora para realizar as atividades do cotidiano. Os tratamentos fisioterápicos de pacientes com imobilização prolongada podem ser por meio de estimulação a movimentos; promoção a um padrão respiratório mais eficaz; redução da dor; entre outros que possam se apresentar durante o estado de incapacidade.

Os efeitos do imobilismo deixam claros o quanto à imobilização é complexa e necessita de cuidados preventivos e intensivos para evitar ao máximo o desenvolvimento das diversas complicações.

É de extrema importância que o profissional de saúde, no caso o fisioterapeuta tenha a preocupação quanto à melhora da capacidade respiratória, e tenha muita atenção a capacidade motora, para dessa forma tentar atuar juntamente trazendo inúmeros benefícios ao paciente acamado como: aliviar a dor; diminuir ou prevenir edemas; melhora do condicionamento cardiovascular; reduzir o tempo de internação; restaurar a funcionalidade para atividades de vida diária (AVDs); evitar atrofia muscular e manter e/ou restaurar amplitude articular; prevenir trombose venosa profunda, embolia pulmonar, pneumonias e hipotensão postural; preparar para deambulação, quando o paciente tiver tais condições. O tratamento fisioterapêutico pode ser realizado através de exercícios passivos, ativo-assistido, ativo-livre, ativo resistido, isométricos, onde o fisioterapeuta tentará através de suas condutas promover a reeducação postural, a conscientização corporal, o relaxamento muscular, estimular movimentação no leito e independência nas atividades. Embora a função respiratória em pessoas normais possa ser afetada indiretamente pela imobilização, pacientes criticamente imobilizados podem sofrer sérias complicações respiratórias devido a retenção de secreções (VOJVODIC, 2004).

Dentre as principais metas no tratamento fisioterápico nos idosos com síndrome do imobilismo a Cinesioterapia é um meio de acelerar a recuperação do paciente de ferimentos e doenças que alteram seu modo normal de viver. Muitas destas intervenções, como exercícios para membros inferiores, podem beneficiar vários sistemas ao mesmo tempo, pois afetam tanto os ossos longitudinais, como ajuda a promover o tônus muscular e melhora a condição cardiovascular e, ainda, ajudam na redução da perda de cálcio. (GARDNER 1995)

O posicionamento apropriado no leito previne a tendência de deitar em uma posição com o quadril em rotação e flexão lateral extrema. Realizar exercícios isométricos para os grupos do quadríceps e glúteos, além de abdutores, flexores, e extensores do quadril que também devem ser fortalecidos com exercícios isométricos intermitentes ou isotônicos. Os exercícios de fortalecimento do quadríceps são importantes para ajudar a neutralizar forças rotacionais. (HOPPENFIELD 2001).

A Fisioterapia Motora não faz apenas o paciente voltar a andar ou se mexer, isso muitas das vezes não é possível, mas devemos pensar em outros benefícios como aliviar a dor pela contratura, diminuir o edema, evitar escaras, melhorar o condicionamento cardiovascular.

Mobilizações passivas são necessárias para a manutenção e para a recuperação das amplitudes de movimento elas permitem testar a articulação sem carga, avaliar os defeitos mecânicos ligados à morfologia da articulação e avaliar o déficit de extensibilidade muscular assim como massagens manuais e vibratórias melhoram a circulação ou ordenham os edemas, constituem formas de estímulo mecânico às contrações isométricas. (HEBERT, 2003)

É fundamental que o fisioterapeuta além da preocupação quanto à melhora da capacidade respiratória, tenha muita atenção à capacidade motora do idoso acamado visando evitar atrofia muscular e manter e/ou restaurar amplitude articular, prevenir trombose venosa profunda, embolia pulmonar, pneumonias e hipotensão postural, aliviar a dor, diminuir ou prevenir edemas, a melhora do condicionamento cardiovascular e restaurar a funcionalidade para atividades de vida diária. (HEBERT, 2003)

O plano de tratamento pode conter também exercícios realizados através de mobilizações articulares de membros superiores e inferiores, exercícios de alongamento e relaxamento. O FES por ser uma corrente alternada de baixa frequência, tipo excito motor que provoca contrações musculares, é indicada para fortalecimento muscular, manutenção de ADM, controle de espasticidade muscular, entre outros. (MOLINAR, CLEMENTE, CALCIOLARI & TAVARES, 2013).

O tratamento pode ser feito com exercícios passivos, ativo-assistido, ativo-livre, ativo resistido, isométricos. Com o objetivo de promover a reeducação postural, a conscientização corporal, o relaxamento muscular, estimular movimentação no leito e independência nas atividades.

O trabalho preventivo do fisioterapeuta inclui as mudanças de decúbito de duas em duas horas, movimentos cinesioterápicos, incentivo a deambulação, quando possível e uso de forros ortopédicos. Todas as atividades propostas aos pacientes imobilizados devem ser realizadas de acordo com as possibilidades de cada indivíduo e sempre respeitando os limites da dor e da doença de base. (MELO et al., 2004).

O papel do fisioterapeuta vem sendo cada vez mais necessário junto à equipe multidisciplinar de saúde. A prevenção da síndrome do imobilismo embora seja de responsabilidade de toda a equipe, tem nas mãos do fisioterapeuta um posicionamento de grande destaque, uma vez que sua formação envolve habilidades, competências e o manuseio de técnicas específicas no tratamento de tal realidade. A atuação do fisioterapeuta faz se necessária na síndrome do imobilismo uma vez vista que quando a síndrome se aloja no indivíduo ocorre o retardo de AVDS, na vida diária do idoso, e com a cinesioterapia entre outros métodos fisioterapêuticos, o idoso tem possibilidade voltar a sua rotina.

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